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Notícias

1 de Março de 2022

Documento do mês de fevereiro 2022 – Condessa Sampaio – Administradora da Casa da Cova, 1837

No âmbito do ENIND-Estratégia Nacional para a Integração e Não Discriminação-Portugal + Igual(2018-2030), “Revisão ENIND 2022-2025”- Plano de Ação em matéria de não discriminação em razão do sexo e de igualdade entre mulheres e homens (IMH), o Arquivo Distrital de Bragança, a partir do seu vasto acervo documental, dá o seu contributo vivaz, na sua participação que visa o combate à não discriminação relativamente ao sexo e de igualdade entre homens e mulheres. Assim, destacamos um documento datado do ano de 1837, do Arquivo de Família “Casa São Payo” onde está patente a visibilidade da igualdade, no que concerne aos direitos entre homens e mulheres. Podemos afirmar in loco da coexistência de paridade género, a partir do documento que evidencia um rol de bens administrados pela Condessa Sampaio, tais como um Palácio; dois moinhos; Vinha; Pinhal; Quinta dos Frades, tendo a seu cargo a gerência de foros anuais no valor de 1.000$000 de reis… Todos estes bens encontravam-se no distrito de Setúbal, Santarém, Évora e na cidade de Lisboa. O contexto histórico do qual emana o documento a partir de 1834, Portugal apresentava os seguintes aspetos sociais: o triunfo definitivo do liberalismo, onde ocorreu uma profunda alteração no tecido social português. O clero foi, muito provavelmente, o estrato social mais afetado, sobretudo o clero regular, que praticamente desapareceu com a extinção das ordens religiosas. Menos lesado foi o clero secular, embora visse acentuada a sua dependência face ao Governo. Pode-se afirmar que, de um modo geral, os rendimentos do clero foram gravemente afetados.
A nobreza tradicional também sentiu os efeitos da vitória liberal, contudo, as dificuldades crescentes em viver apenas com a renda das terras levaram-na a apostar nas atividades comerciais e industriais, tradicionalmente ligadas à burguesia, o que facilitou a aproximação destas duas classes sociais. Esta aproximação foi muito ambicionada pela alta burguesia. Na falta de uma consciência de classe, que a impediu de impor os seus valores como dominantes, a burguesia aspirou à concessão de títulos nobiliárquicos. Muitos burgueses neste período procuraram adquirir títulos, em especial de barão e de visconde, conde e condessa.

Eis-nos em súmula, perante uma mulher com competências e capacidades na administração e logística dos bens na matriz da emancipação, liberdade, onde as fronteiras entre o homem e a mulher se esbatem, para dar lugar ao principio inequívoco de que todos, para além do género devemos ascender aos mesmos direitos e deveres em nome da justiça social na plenitude da humanidade.

PT-ADBGC-FAM-CSPCx30-190

   

Esta notícia foi publicada em 1 de Março de 2022 e foi arquivada em: Arquivo.