1 de Agosto de 2022
Documento do mês de agosto – Nossa Senhora das Graças Padroeira da cidade de Bragança
Esta Celebração e esplendor da Fé realiza-se entre os dias 10 e 22 de agosto. Nossa Senhora das Graças Padroeira da cidade de Bragança e, em honra da qual, se celebram as grandiosas Festas da Cidade de Bragança. O programa conta com uma série de espetáculos musicais, animação no Castelo de Bragança, com a Festa da História e um espetáculo piro musical na noite do arraial do dia 21 para o dia 22 onde a comunidade transmontana e os emigrantes expressam uma multiplicidade de emoções e sentimentos de encontro e reencontro com as raízes. O programa religioso dedicado à padroeira da cidade tem o seu ponto alto com a missa na Catedral seguida da grandiosa procissão Solene pelas ruas da cidade onde a devoção é o espelho das almas envoltas de esperança e fraternidade. Diríamos em última estância que universo religioso envolve sempre a noção de sagrado e de profano e a experiência religiosa acontece através do símbolo, do rito e do mito. Sagrado é todo aquele espaço, objeto, símbolo, que tem um significado especial para uma pessoa ou grupo. Profano é tudo que não é sagrado, toda a vida comum do dia a dia, os factos e atos da rotina. Contudo, a diferença entre profano e sagrado só acontece na experiência individual e dos grupos, ou seja, aquilo que é profano ou comum para uns, pode ser sagrado para outros, dependendo de sua experiência religiosa. Para a experiência religiosa é sempre pessoal e relacional, condicionada ao indivíduo na sua forma de ser e situada em um contexto histórico e cultural, numa vivência relacional com o mundo, com o outro e com o grupo familiar, comunitário, político, etc. Está presente numa dimensão individual, dos projetos de vida, dos desejos e frustrações, amparando e direcionando os homens diante da constatação de sua finitude e da necessidade de crescimento em todas as suas dimensões, desde a biológica, intelectual, material e transcendente, um ser em constante busca. É nesta simbiose que se enaltece a religiosidade nos seus múltiplos aspetos numa comunhão para o Deus universal, onde se fundem estas duas dimensões para o religare, religar, voltar a ligar.
Só se pode falar em religião, estritamente, quando aparece uma organização complexa, espiritual e social, com base numa revelação de Deus. Assim o documento do mês celebra a Nossa Senhora das Graças num artigo da revista “Amigos de Bragança” de 1960 onde emana o fervor e a devoção da padroeira e a exaltação das festividades como elo de união. Ela foi a a escolhida de Deus (cheia de Graça) para carregar em seu ventre o Menino Jesus. O dia de Nossa Senhora das Graças é o espaço intemporal, onde todos os fiéis tem a oportunidade de demonstrar sua gratidão pelo amor da Mãe, a mesma que acolheu Jesus Cristo, e que cuida de todos com tanto amor e devoção na plenitude de humanismo. Na verdade a história da Nossa Senhora das Graças corresponde a tempos antes da criação da humanidade, onde Deus, planeando o nascimento de Seu Filho Jesus, escolheu a mais materna e pura energia que carregaria a criança em seu ventre. No momento em que o Senhor pensou em Jesus Cristo, ele também logo analisou uma mãe humana para gerá-lo, e por isso criou Maria. Uma mulher honesta, que possuía toda a delicadeza de uma flor cintilante, mas seria forte como os ventos do céu musical. Deus a criou pensando em uma representante de todas as mulheres e para que Ela fosse rainha da terra, seguida com o seu entendimento, passou a ser portadora de toda graça que a humanidade inteira poderia receber. E foi a partir de sua fé e devoção que ela proporcionou a salvação para tantas pessoas. Eis o esplendor e a celebração de tão belo ritual na intimidade da existência. Por último o artigo da revista finaliza com um ditado /dizer popular que carateriza a alma transmontana : “ Há na gente Bragançana/ Um dizer que na alma atua/ Por vir da bondade humana: Entra, irmão que a casa é tua”. Jovem Poetisa desconhecida.