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1 de Janeiro de 2024

Documento do mês de janeiro de 2024 – Pastoral do Bispo – Augusto Vaz das Neves sobre a Educação do ano de 1942

                                                    

Nasceu em Ifanes, concelho de Miranda do Douro, em 08.06.1894. Em 1908 entrou no Seminário de Meliapor (União Indiana). Depois passou pelo liceu para aprender línguas e pelo Seminário Diocesano de Mangalor dirigido pelos Jesuítas. Depois de concluído o curso teológico regressou a Meliapor. Em 07 de Dezembro de 1919 foi ordenado sacerdote pelo bispo D. Teotónio Vieira de Castro. Em 1920 foi nomeado Capelão da Catedral de S. Tomé de Meliapor e, diretor do Internato de S. Beda que era anexo ao Colégio Diocesano do mesmo nome. Em 19.3.1921 depois de 14 anos de ausência, veio a Portugal em gozo de férias. Em 14.03.1922 foi nomeado missionário oficial do Padroado Português (Prot. 6.354). No regresso de férias (em 04.03.1923) foi nomeado diretor efetivo do Internato de S. Beda e professor do mesmo Colégio de Latim, Geografia e História da índia. Em 1924 foi nomeado pró-vigário da comunidade europeia da Sé Catedral de Meliapor e prof. de Religião e Moral no Colégio de S. Tomé, para indianos. Durante muitos anos foi diretor da Congregação das Filhas de Maria do Convento das Franciscanas de Maria Meliapor que dirigiu até à sua nomeação de pró-vigário da Sé de Meliapor. Em Dezembro de 1933 foi nomeado bispo de Cochim e sagrado por D. Teotónio Vieira de Castro que era o Patriarca das índias, na Igreja do Bom Jesus da Velha Goa, dia 28.01.1934. Em 02.02 entrou solenemente no governo da Diocese. Em 06.12.1938 foi transferido para a Diocese de Bragança e Miranda. Tomou posse por procuração, em 28.03.1939 e entrou solenemente na Diocese em 30 de Março. Desde aí em diante todos os anos difundiu uma Pastoral sobre assuntos vários. Desde a fundação da Diocese, em 22.05.1545 somente se celebrou um Sínodo Diocesano, convocado por D. Julião de Alva, em 1563. Em 1945, data em que se comemoravam os 400 anos da fundação da Diocese, D. Abílio convocou o 11 Sínodo Diocesano, durante o qual foram promulgadas as novas Constituições do Bispado. Nomeou, enquanto foi ali bispo, cinco cónegos e todos os membros do Cabido que havia à sua morte. De 1940 a 1948 realizou Congressos Eucarísticos em: Miranda do Douro, Moncorvo, Mirandela e Bragança. Pio XII louvou-o pelo trabalho desenvolvido na Diocese. Em 1959, por ocasião das bodas de prata da sua sagração episcopal sua Santidade o Papa João XXIII enviou-lhe uma carta autografa. Em 1955 sagrou D. Manuel António Pires que durante vários anos foi seu braço direito e que viria a ser Bispo de Silva Porto. Desenvolveu substancialmente a Diocese, com obras que perduram: Congregação Religiosa das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado. Construiu o Colégio Diocesano de S. João de Brito, com internato e externato em Bragança. Construiu o Colégio Diocesano de Mogadouro. Promoveu a reconstrução e ampliação do Edifício do Paço Episcopal destruído parcialmente por um incêndio, em 1950. Concluiu as obras do Seminário de S. José de Bragança. Mandou fazer obras no Seminário de Vinhais. Interessou-se pela construção da Escola do Magistério Primário de Bragança. Criou prémios para os melhores alunos. Faleceu em 1979, em Macedo de Cavaleiros. O documento do mês dá destaque à pastoral em torno da educação proferida pelo Bispo Augusto Vaz das Neves, onde enfatiza a natureza da educação e a sua importância, bem como, a função dos educadores, pais e os inerentes valores de índole cristã, sendo os alicerces necessários na construção do ser humano como um todo: perspetiva “bio-socio-cultural”, parafraseando a Edgar Morin. A presente pastoral, é um sagaz imperativo e apelo aos valores, tendo por isso uma leitura contemporânea face à ausência dos mesmos. É um facto que vivemos tempos conturbados na Educação no seu sentido transversal, sendo a mesma, pilar fundamental da nossa sociedade. Os pais demitiram-se, a sociedade não responde à natureza da educação e à sua importância de uma forma cabal. “Todos nós os que somos adultos temos o dever de preparar um futuro melhor pedindo lições ao passado…Quantos pais empreenderam a difícil tarefa de educar os seus filhos, sem terem aprendido os princípios que devem orientar a educação física, intelectual e moral? Na nobre tarefa de educar, que é difícil e árdua para o educador e para a criança, esta deve crescer no ambiente do amor e carinho, porque na infância a criança é toda coração e sensibilidade, não abrirá o seu espírito, nem o seu coração e a sua vontade, senão na medida em que se sentir aquecida pela irradiação duma afeição sincera”. Este documento impele-nos a ter uma esperança renovada, no qual cada um de nós tem o seu poder salvífico de purificação e metamorfose, contribuindo num mundo de paz e salvação. Eis a subtileza e grandiosidade das palavras no desfecho da pastoral: “Os educadores devem trazer sempre diante dos olhos de seus filhos ou dos educadores as realidades da vida, tais quais elas são; porque a vida não é um sonho, mas uma série de realidades, tantas vezes amargas, que a criança sente, desde o momento em que sai do lar. A educação é uma preparação para a vida e consiste em vivê-la, tal qual ela é, debaixo da tutela dos pais, no carinho e no amor do lar. Portanto, o temor de Deus, o amor do próximo, o sofrimento, a dor, as contrariedades, as humilhações e a disciplina devem entremear todo o tecido da educação”.

É no elo do Amor que reside o sentido mais íntimo da vida, e a sua génese, a bússola que nos orienta e alimenta na intemporalidade.

Esta notícia foi publicada em 1 de Janeiro de 2024 e foi arquivada em: Arquivo.